Nitrito e Nitrato - O que é e como Afetam os Peixes

O nitrito (NO2-) e o nitrato (NO3-) são dois compostos nitrogenados que desempenham um papel crítico na saúde dos peixes em aquários e sistemas aquáticos. Eles são produtos residuais do ciclo do nitrogênio, um processo biológico fundamental que ocorre na água. Ambos os compostos podem afetar os peixes, mas em níveis diferentes e com diferentes consequências.

Como o Nitrito e Nitrato afetam os Peixes

Aqui está como o nitrito e o nitrato afetam os peixes:

1. Nitrito (NO2-):

O nitrito é uma substância tóxica para os peixes, e sua presença em níveis elevados pode ser prejudicial à saúde dos peixes. O nitrito é produzido principalmente durante a decomposição de resíduos orgânicos, como fezes e restos de comida, bem como pela atividade bacteriana no aquário.

Em concentrações elevadas, o nitrito interfere com a capacidade dos peixes de transportar oxigênio através de suas brânquias, levando a problemas respiratórios.

A exposição prolongada ao nitrito pode causar danos às brânquias dos peixes, tornando-os mais suscetíveis a doenças e infecções.

Sintomas de intoxicação por nitrito incluem respiração rápida, comportamento anormal, nado errático e letargia.
Para evitar problemas relacionados ao nitrito, é fundamental monitorar regularmente os níveis de nitrito na água do aquário e realizar trocas parciais de água para reduzir as concentrações.

2. Nitrato (NO3-):

O nitrato é menos tóxico para os peixes do que o nitrito, mas ainda assim pode ser prejudicial em concentrações muito altas.

Trata-se de uma forma de nitrogênio que resulta da oxidação do nitrito por bactérias benéficas no aquário.
Níveis moderados de nitrato geralmente não são prejudiciais para os peixes, mas concentrações muito elevadas podem causar problemas de saúde.

Em concentrações excessivas, o nitrato pode prejudicar a capacidade dos peixes de absorver oxigênio, levando a problemas respiratórios.

Além disso, altos níveis de nitrato podem estimular o crescimento excessivo de algas no aquário, o que pode reduzir a qualidade da água e afetar negativamente o ambiente dos peixes.

Para controlar os níveis de nitrato, é importante realizar trocas regulares de água, remover resíduos orgânicos e evitar superalimentação dos peixes.

Como Diminuir a Quantidade desses Compostos

Diminuir os níveis de nitrito e nitrato na criação de peixes é fundamental para manter um ambiente saudável e seguro para seus peixes. Aqui estão algumas estratégias e práticas para reduzir os níveis de nitrito e nitrato em seu aquário ou sistema de criação:

1. Trocas Parciais de Água:

Realize trocas parciais de água regularmente. Substituir 10-20% da água do aquário a cada 1-2 semanas ajudará a diluir os níveis de nitrito e nitrato na água.

2. Alimentação Controlada:

Evite a superalimentação dos peixes, pois o excesso de comida não consumida se decompõe e contribui para o aumento dos níveis de nitrito e nitrato. Alimente os peixes apenas o que eles podem consumir em alguns minutos.

3. Remoção de Detritos e Resíduos Orgânicos:

Remova regularmente detritos do substrato (caso exista) usando um sifão de cascalho durante as trocas de água.
Use um limpador de superfície ou skimmer de superfície para remover qualquer filme de óleo ou resíduos na parte superior da água.

4. Manutenção do Filtro:

Mantenha o filtro do aquário ou sistema de criação em bom funcionamento. Isso inclui a limpeza regular dos materiais filtrantes, como esponjas ou carvão ativado, conforme as instruções do fabricante. Não substitua todos os materiais filtrantes de uma só vez, para não prejudicar o ciclo biológico.

5. Uso de Plantas Aquáticas:

Plante plantas aquáticas naturais no aquário, pois elas podem absorver nitrato como nutriente. Plantas saudáveis podem ajudar a manter os níveis de nitrato sob controle.

6. Controle de Estoque de Peixes:

Evite superlotar o aquário, pois um número excessivo de peixes produzirá mais resíduos e aumentará os níveis de nitrito e nitrato.

7. Uso de Materiais de Filtro Específicos:

Considere o uso de materiais de filtro específicos, como resinas de troca iônica ou mídias biológicas de alta qualidade, que podem ajudar a remover nitrito e nitrato da água.

8. Aeração Adequada:

Certifique-se de que o aquário tenha uma boa aeração para manter níveis adequados de oxigênio dissolvido, o que ajuda a minimizar a conversão de nitrito em nitrato.

9. Monitoramento Regular:

Faça testes regulares de água para monitorar os níveis de nitrito e nitrato. Isso permitirá que você tome medidas corretivas antes que os níveis se tornem prejudiciais para os peixes.

Conclusões
Tanto o nitrito quanto o nitrato são produtos do ciclo do nitrogênio e têm o potencial de afetar a saúde dos peixes. O nitrito é altamente tóxico e deve ser mantido em níveis indetectáveis, enquanto o nitrato é menos tóxico, mas deve ser mantido em concentrações moderadas.

Monitorar regularmente esses parâmetros da água e adotar práticas de manutenção adequadas, como trocas de água e controle da alimentação, são medidas essenciais para garantir um ambiente aquático saudável para seus peixes.

Perguntas e Respostas sobre Nitrito e Nitrato

O nitrito (NO₂⁻) e o nitrato (NO₃⁻) são compostos nitrogenados presentes na água dos aquários e tanques de piscicultura. O nitrito é um intermediário tóxico do processo de decomposição de matéria orgânica, enquanto o nitrato é o estágio final desse processo e é menos prejudicial para os peixes. Ambos fazem parte do ciclo do nitrogênio, que envolve a conversão de amônia em substâncias menos tóxicas.

Eles se formam a partir da decomposição de resíduos orgânicos, como restos de comida, fezes dos peixes e plantas mortas. No ciclo do nitrogênio:

  • Amônia (NH₃) é liberada pelos peixes.
  • Bactérias nitrificantes (Nitrosomonas) convertem a amônia em nitrito.
  • Bactérias Nitrobacter transformam o nitrito em nitrato.
O nitrito é altamente tóxico porque interfere no transporte de oxigênio no sangue dos peixes. Ele se liga à hemoglobina e forma a meta-hemoglobina, que impede a absorção de oxigênio, causando asfixia, mesmo que haja oxigênio suficiente na água.

Os peixes expostos a níveis altos de nitrito podem apresentar:

  • Respiração acelerada e dificuldade em obter oxigênio.
  • Natação irregular ou perto da superfície.
  • Apatia e perda de apetite.
  • Mudança na coloração das guelras para um tom acastanhado ou arroxeado.
O nitrato é menos tóxico que o nitrito, mas em níveis altos pode causar estresse crônico, prejudicando o crescimento e a reprodução dos peixes. Em altas concentrações (>50 mg/L), pode levar à intoxicação, resultando em redução da imunidade e crescimento lento.
Nitrito (NO₂⁻): O ideal é 0 ppm. Níveis acima de 0,5 ppm já representam perigo.

Nitrato (NO₃⁻): Deve ser mantido abaixo de 40 ppm para evitar impactos negativos.

O aumento do nitrito ocorre devido a:

  • Superlotação (muitos peixes para um espaço pequeno).
  • Filtragem biológica insuficiente.
  • Falta de trocas de água regulares.
  • Excesso de ração e matéria orgânica acumulada.
  • Realizar trocas parciais de água (25–50%).
  • Aumentar a oxigenação e a filtragem biológica.
  • Diminuir a quantidade de ração oferecida.
  • Incluir plantas naturais para absorver nutrientes.
  • Utilizar bactérias nitrificantes para acelerar o ciclo do nitrogênio.
  • Manter um sistema de filtragem eficiente.
  • Evitar superalimentação e limpar resíduos sólidos regularmente.
  • Trocas de água frequentes para diluir compostos tóxicos.
  • Criar um ambiente com equilíbrio biológico, incluindo plantas aquáticas.
A Síndrome do Novo Aquário ocorre quando um tanque recém-montado ainda não tem uma colônia de bactérias nitrificantes desenvolvida. Isso faz com que a amônia e o nitrito se acumulem rapidamente, tornando a água tóxica para os peixes.
Existem testes químicos líquidos e testes de tiras reagentes disponíveis no mercado. O ideal é usar testes de reagente líquido, pois são mais precisos.
Geralmente, leva de 4 a 8 semanas para que as bactérias nitrificantes estabeleçam um ciclo estável no sistema.
O carvão ativado não remove nitrito nem nitrato, pois sua função principal é eliminar toxinas e impurezas químicas. Para controlar nitrito e nitrato, é melhor investir em bactérias nitrificantes e trocas regulares de água.
Sim! Plantas aquáticas, como elódea, cabomba e aguapé, absorvem nitrato da água, ajudando a manter níveis mais baixos.
Se o nitrato ultrapassar 50 ppm, os peixes podem sofrer de intoxicação crônica, com redução do crescimento, menor imunidade e até dificuldades na reprodução.
Sim! Elas são sensíveis a mudanças bruscas na temperatura, pH e ao uso de produtos químicos como antibióticos e cloro.
  • Água turva e malcheirosa.
  • Aumento repentino de nitrito e amônia.
  • Peixes com comportamento anormal, como boiando na superfície.
  • Adicionar mídias filtrantes porosas para aumentar a área de fixação.
  • Utilizar produtos com bactérias nitrificantes.
  • Evitar trocas de água muito grandes, para não remover bactérias benéficas.
Sim. Se os níveis ultrapassarem 2–5 ppm, pode haver mortalidade em massa devido à asfixia causada pela meta-hemoglobina.
  • Fazer uma troca parcial de 50% da água imediatamente.
  • Adicionar sal de aquário (NaCl) (1 g/L) para reduzir a toxicidade do nitrito.
  • Melhorar a aeração e verificar o filtro biológico.
  • Diminuir a alimentação dos peixes temporariamente.