Peixe Jundiá - Como é a Criação em Cativeiro e Comercialização

O Jundiá (Rhamdia spp.) é um peixe de água doce amplamente distribuído nas Américas Central e do Sul. É uma espécie valorizada tanto pela pesca esportiva quanto pela criação em cativeiro devido à sua resistência, adaptabilidade e sabor da carne. Vamos explorar mais sobre a criação em cativeiro e a comercialização do peixe

Características do Peixe Jundiá:

O Jundiá possui um corpo alongado e cilíndrico, com coloração que pode variar de cinza a marrom. Sua cabeça é achatada e possui barbilhões sensoriais ao redor da boca, que o ajudam a localizar alimento no fundo dos ambientes aquáticos.

Criação em Cativeiro:

A criação de Jundiás em cativeiro é favorecida por suas características rústicas e resistência a condições variáveis. Além disso, o fato de ser um peixe onívoro contribui para sua adaptação a diferentes tipos de alimentação. Algumas considerações para a criação de Jundiás em cativeiro incluem:

Estrutura Adequada: Para a criação comercial, tanques de cultivo ou viveiros são ideais. Esses ambientes devem oferecer espaço suficiente para que os peixes cresçam e nadem livremente.

Qualidade da Água: Manter a qualidade da água é fundamental. A temperatura ideal varia entre 24°C e 28°C, e é importante monitorar o pH e os níveis de oxigênio.

Alimentação: O Jundiá é oportunista na alimentação, aceitando uma variedade de alimentos. Ração comercial, alimentos vivos, vegetais e até mesmo resíduos orgânicos podem ser incluídos em sua dieta.

Crescimento Rápido: O Jundiá é conhecido por seu crescimento relativamente rápido em comparação com algumas outras espécies de peixes de cultivo.

Comercialização:

O peixe Jundiá é apreciado por seu sabor suave e carne branca, o que o torna uma opção valorizada para o consumo. A comercialização do Jundiá envolve algumas abordagens:

Mercado de Consumo: O Jundiá é apreciado na culinária em algumas regiões da América do Sul. A carne pode ser preparada de várias maneiras, incluindo cozida, frita ou assada.

Mercado de Aquarismo: Alguns Jundiás menores podem ser mantidos em aquários domésticos como peixes de estimação.

Pesque-pague: O Jundiá também é utilizado em pesque-pagues, onde os pescadores pagam para pescar o peixe, proporcionando uma experiência recreativa.

A criação de Jundiás em cativeiro pode contribuir para o abastecimento de peixes frescos no mercado local, oferecendo uma opção de proteína sustentável. No entanto, é importante seguir regulamentações locais, garantir a conservação dos recursos naturais e adotar práticas de manejo responsável para garantir a sustentabilidade da atividade.

Perguntas e Respostas sobre Criação em Cativeiro de Peixe Jundiá

O jundiá (Rhamdia quelen) é um peixe de água doce pertencente à família dos bagres. Ele se destaca por seu corpo alongado, coloração acinzentada e a presença de barbilhões ao redor da boca, que auxiliam na captura de alimentos. É uma espécie resistente e de fácil adaptação ao cativeiro, sendo bastante utilizada na piscicultura.
O jundiá é nativo da América do Sul e pode ser encontrado em rios, lagos e riachos de países como Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Ele é bastante comum nas bacias do Rio Paraná, Rio Uruguai e Rio São Francisco.
Sim! O jundiá é uma das espécies mais indicadas para piscicultura devido à sua rusticidade, rápido crescimento e capacidade de se adaptar a diferentes condições de manejo.

As principais vantagens são:

  • Crescimento rápido e boa conversão alimentar.
  • Resistência a variações de temperatura.
  • Capacidade de viver em tanques escavados, viveiros e sistemas de recirculação.
  • Carne branca e saborosa, com boa aceitação no mercado.
O tanque deve ter pelo menos 1 metro de profundidade e um bom sistema de renovação da água. A densidade ideal é de 5 a 10 peixes por metro quadrado, dependendo do sistema de cultivo adotado.
O jundiá se desenvolve melhor em temperaturas entre 18°C e 28°C. Em temperaturas muito baixas (abaixo de 12°C), seu metabolismo desacelera, reduzindo o crescimento.
Sim, mas é necessário um bom controle da alimentação e da qualidade da água. Como ele é um peixe bentônico (vive no fundo), a adaptação a tanques-rede pode exigir um manejo mais cuidadoso.
A reprodução do jundiá pode ocorrer de forma natural em tanques, mas a piscicultura comercial geralmente utiliza a indução hormonal, onde hormônios específicos estimulam a desova e aumentam a taxa de fertilização dos ovos.
Em boas condições de criação, o jundiá pode atingir 500 g a 1 kg em 6 a 8 meses, tornando-se economicamente viável para comercialização.

A dieta do jundiá pode incluir:

  • Ração balanceada: Com teor proteico entre 28% e 35%.
  • Alimentos naturais: Como pequenos crustáceos e restos vegetais.
  • Farinha de peixe e subprodutos agrícolas, como soja e milho, podem complementar a alimentação.
A taxa de conversão alimentar (TCA) do jundiá varia entre 1,5 e 2,0, ou seja, para cada 1,5 a 2 kg de ração fornecida, o peixe ganha 1 kg de peso.
Sim, ele pode ser criado em sistemas de policultivo, especialmente com espécies como tilápia, pacu e carpas, pois ocupam diferentes nichos ecológicos no tanque.

Para evitar doenças, é essencial:

  • Manter a qualidade da água (níveis adequados de oxigênio e pH entre 6,5 e 7,5).
  • Fornecer alimentação de qualidade.
  • Evitar superlotação nos tanques.
  • Monitorar sinais de doenças, como feridas e comportamento apático.

Os principais desafios são:

  • Controle da reprodução, pois o jundiá pode se reproduzir espontaneamente em tanques.
  • Exigência de ração de alta qualidade para garantir bom crescimento.
  • Sensibilidade a altas taxas de amônia na água.

O jundiá pode ser comercializado de várias formas:

  • Vivo: Para pesca esportiva ou consumo direto.
  • Inteiro e fresco: Muito procurado em feiras e peixarias.
  • Filetado: Com maior valor agregado.
  • Defumado: Produto gourmet, especialmente no sul do Brasil.

O preço do jundiá varia de acordo com a região e a forma de comercialização. Em média:

  • Peixe vivo ou fresco: R$ 15,00 a R$ 25,00/kg.
  • Filé de jundiá: R$ 30,00 a R$ 50,00/kg.
  • Jundiá defumado: Pode ultrapassar R$ 60,00/kg.
Sim! A carne do jundiá é branca, macia e sem espinhas, sendo muito apreciada em pratos como ensopados, moquecas e filés grelhados.
Sim! O jundiá pode ser criado em sistemas de recirculação de água e em policultivo, reduzindo impactos ambientais e otimizando o uso de recursos.
O transporte deve ser feito em tanques com água oxigenada e temperatura controlada. Para evitar estresse, a densidade não deve ultrapassar 80 kg de peixe por metro cúbico de água.

Jundiá ao molho de ervas
Ingredientes:

  • 1 kg de filé de jundiá
  • Suco de 2 limões
  • 3 dentes de alho picados
  • Sal e pimenta-do-reino a gosto
  • 2 colheres de sopa de azeite
  • 1 ramo de alecrim e tomilho
  • 1 xícara de creme de leite
  • 1/2 xícara de vinho branco seco

Modo de preparo:

  • Tempere os filés com limão, alho, sal e pimenta e deixe marinar por 30 minutos.
  • Aqueça o azeite em uma frigideira e grelhe os filés até dourar. Reserve.
  • Na mesma frigideira, adicione o vinho branco e deixe reduzir.
  • Acrescente o creme de leite e as ervas, mexendo até formar um molho cremoso.
  • Sirva o jundiá grelhado com o molho de ervas e arroz branco.